domingo, 23 de novembro de 2008

Uma simplória estória.


Numa cidade encravada no interior de algum estado pequeno, de um país pouco conhecido, seus moradores levavam calmamente suas vidas com a tranqüilidade do interior.
Todos lá viviam com roupas de palhaço, carregavam uma pesada mala nas costas, tinham as mãos algemadas e vendas nos olhos. Possivelmente esse é o motivo que explica o fato das pessoas dessa cidade viverem cansadas, esbarrando nas coisas e terem dificuldades pegar ou construir algo.
Um dia um jovem se cansou da vida que levava. Ele quebrou as algemas, com isso retirou a mala pesada das costas, depois tirou a venda dos olhos e por ultimo se livrou das roupas de palhaço.
Sentia-se livre e feliz, não tinha mais o peso nas costas que tanto lhe fadigava, nem as mãos estavam mais vendadas tornando inviável o ato de pegar as coisas ou construí-las, também não estava mais com os olhos vendados que lhe impossibilitava ver as coisas belas da vida, e por ultimo não usava mais as roupas ridícula de palhaço.
Estava feliz e liberto, por isso quis transmitir aquilo para as outras pessoas da cidade. Reuniu todos na praça principal, contou o que tinha feito.
A reação foi imediata, todos concluíram que ele não podia ter feito isso, a principio pensaram em lhe atacar, mas alguns pregaram que isso seria injusto, o jovem deveria continuar vivo, pois ninguém tem o direito de matar ninguém. Então acharam por melhor isolar o rapaz, ele não merecia a companhia de ninguém, pois foi contra as tradições estabelecidas por seus ancestrais.
O jovem passou vários dias só, banido sem ser expulso, vitima de palavras ofensivas.
Não tardou para um desobediente atentar contra suas vida e abrir caminho para a dama de preto, que o pegou nos braços e o levou para o que nunca houve.
Nossa sociedade inventou padrões, regras, para qual não há explicações possíveis que expliquem suas funções. Quando alguém tenta muda-las esse alguém pode ter o mesmo fim, ou pelo menos parecido, deste jovem.

domingo, 16 de novembro de 2008

TEATRO: Descanse em paz.

Personagens:

Defunto
Viúva
Amante1
Amante2
Filha
Oficial de justiça
Amigo
Padre
Empregada
Vizinha
Coveiro



O cenário é o salão de um velório, o defunto está no caixão, há velas e flores.

Entra a viúva e a filha.

Viúva para o defunto:
Como pode morrer e me deixar. (faz uma pausa e enxuga as lagrimas) Parte de repente, enquanto dorme tranqüilo... um sossego... deixando à mim uma gorda herança... de DIVIDAS! (dá um tapa no defunto). Desgraçado, teve a safadeza de partir pro inferno e me deixar contas e mais contas, já não basta todos esses anos vivo, que tu me atrasou a vida, agora morto vai me atrasar ainda mais. (bate mais no defunto)

Filha para a viúva:
Mamãe não dessa o cacete no papai. Só porque ele não pode se defender?

Viúva para a filha:
Teu pai foi um grande bosta, só me fez sofrer, eu a tudo agüentei. Até agora depois de morto ainda me dá trabalho.

(o defunto mostra o dedo do meio para a viúva)

Filha para o defunto: (chorando)
Papaizinho por que você me deixou assim, sozinha com a mamãe, como eu vou viver sem você? Sem se carinho, sem sua companhia, sem seu amor.

(o defunto faz cara de comoção)

Viúva:
Sem teu dinheiro.

Filha para o defunto:
Sem teu dinheiro. (o defunto faz cara de decepcionado) Quero dizer sem... é... sem seu... é... espera aí papai que eu vou descobrir como consertar isto.

Viúva:
Fique em paz que agora ele tem todo tempo do mundo. Esse extinto não vai sair do lugar...

A empregada entra em cena.

Empregada para a viúva:
E como está o morto?

Viúva para empregada:
Está morto! De que outra forma poderia estar?! Como tem gente burra, por isso que é só uma empregadinha de quinta.

Empregada para a viúva:
Oia o respeito, sou simpres, pobre, da periferia e crente, mas quero ser respeitada, sou uma cidadão, tenhu meus direitos garantidos. Não é porque você gosta de dar uma de madami que vai me humilha. Eu tenho meus direitos, vou atrás dum adevogado, e processo o cê. E tem mais também, quero meus salários que tão atrasados, não vou ficar trabaiando de grátis não viu. Esse aí até depois de morto me exprora. Isso é um absurdu, só uma cidadão, tenho meus direitus, não é porque sou simpres, pobre, da periferia e crente, que você vai me humilha, tenhu mesmo direitus e queru ser respeitada, vou atrás do meu adevogado...

(o defunto faz cara de tédio)

Viúva para a empregada:
CALA A BOCA! Eu sei eu sei... vê se para de me atazanar, já chegou atrasada, e agora não para de falar. Vai preparar um café, daqui a pouco vai começar a chegar as pessoas e não vai ter nenhum café pra servir.

Empregada para a viúva:
E a sinhora acha que vai vim alguém... hum, só se for pra cobra essa peste, devia pra Deus e o mundu.

Viúva para a empregada:
SOME DAQUI!

(a empregada sai de cena)

(entra uma amante)

Amante1:
Ó meu amado... por que você partiu assim tão de repente? Sempre te amei tanto! (muda o tom triste para o de raiva) Mas com certeza você decidiu ir embora assim só para não ter que assumir suas responsabilidades... preferiu partir e me deixar com três filhos seu. Vagabundo, cachorro, sem vergonha, gosta de fazer safadezas comigo, mas assumir a responsabilidade nada, prefere morrer. Agora como vou criar três filhos sozinha... (dá um tapa no defunto). Só quis foi ter me, tirar minha inocência. Agora está aí, mortinho da silva.

(defunto olha a bunda da amante quando ela vira as costas)
(ela vai para o canto e senta)

(entra em cena a vizinha)
Vizinha para a viúva:
Meus sentimentos, amiga... sinto muito, muito mesmo.

Viúva para a vizinha:
Obrigada pela força. É muito importante sua presença.

Filha para a mãe:
Mamãe deixe de mentira. Você sabe muito bem que essa nossa vizinha só veio para ver quem iria vir. Para depois sair por aí falando para todo mundo como foi o velório. Você sabe que não tem força nenhuma nessa história.

Mãe para a filha:
Cala a boca capeta!

Vizinha para a viúva: (sem jeito)
Quem é aquela ao lado do corpo?

Viúva para a vizinha:
É... é... é uma... amiga de minha família...

Filha para a viúva:
Mamãe você sabe muito bem que essa aí é uma das amantes dele. Só está falando assim porque sabe que a mexeriqueira da nossa vizinha vai sair falando para toda a vizinhança que uma das amantes do meu pai veio ao velório.

Viúva para a filha:
Já mandei você calar essa boca de bueiro!

Vizinha para a viúva:
É só uma criança...

Filha para a vizinha:
E você uma galinha choca mexeriqueira. Que vai dizer para toda a vizinhança que meu pai tinha amante.

Viúva para a filha:
Já disse para você calar a boca... (ela pega a menina pelas orelhas, que chora. Cena cômica).

(as duas saem de cena)
(entra outra amante)

Amante2 para o defunto:
Como você pode me deixar assim sozinha no mundo. Você tinha me prometido deixar a vaca da sua mulher e ir viver comigo. Ainda por cima estou esperando um filho, aliás, dois filhos seu. São gêmeos.

Defunto:
Se você quiser podemos fazer mais um agorinha mesmo.

Amante1 para amante2:
Você acha que ele iria fazer isso mesmo. Ele só queria te ter na cama e pronto.

Amante2:
Você fala assim porque não o conhecia, assim como eu conheço.

Amante1:
Conhecia muito mais. Deitei-me com essa peste por duas décadas.

Amante2:
Eu posso não estar com ele a tanto tempo, mas era a mim que ele amava.

Amante1:
Sim você e muitas outras.

Amante2:
Mas comigo era diferente. Estou esperando um filho dele.

Amante1:
Eu já esperei... pari... e criei três. Tudo sozinha porque ele só prestou foi para colocar a sementinha.

Amante2:
Ah... que técnica de colocar semente... esse sabia como ninguém fazer isso.

Amante1:
Sabia. Era de mais.

Amante2:
Ui... dá ate arrepio só de pensar.

Amante1:
Mas era um safado. (dá um tapa no defunto)

Amante2:
É isso era. (dá um tapa no defunto)

Entra o amigo bêbado:

Amigo para o defunto:
Tínhamos tanta coisa para fazermos juntos. Tantas noites a vadiar, tantas mulheres a conhecer. (olha maliciosamente para as amantes) falando em mulheres... você deixou umas gostosinhas. (o defunto dá um soco no órgão genital dele). AIII... só estou comentando.

(entra o oficial de justiça)
(a viúva levanta e vai para perto do caixão e do oficial)

Oficial para a viúva: (todos prestam atenção)
Seu marido é acusado de sonegar impostos.

Viúva para o oficial:
Vai prendê-lo? Pode levar, só que eu lhe aconselharia que você pedisse reforços para policia. Pois ele pode fugir... (ironiza).

(entra o coveiro)

Coveiro para a viúva:
Minha senhora, vim avisar que não temos mais espaço no cemitério. Vocês terão que procurar outro lugar para o sepultamento.

Viúva para o coveiro:
Pronto. Vou enterrar esse vagabundo no quintal da sua casa então.

Coveiro para a viúva:
Eu não tenho culpa minha senhora. E lugar para esse vagabundo não tem não, mas para a senhora...

Viúva para o coveiro: (olha maliciosamente)
Olha que essa idéia é interessante...

Filha para a viúva:
Mamãe!
(viúva fica sem jeito e muda de assunto)
Viúva para todos:
Se já não me bastasse ter que agüentar, duas vagabundas, um bêbado, uma vizinha fofoqueira, um oficial de justiça doido e uma criança chata.
(entra a empregada com café)

Sem me esquecer dessa empregada de bosta.
Ainda tenho que encontrar outro lugar para esse vagabundo... (para o defunto) Até depois de morto tu me desgraça a vida.

Empregada para a patroa:
Empregada de bosta não. Oia o respeito, sou simpres, pobre, da periferia e crente, mas quero ser respeitada, sou uma cidadão, tenhu meus direitos garantidos. Não é porque você gosta de dar uma de madami que vai me humilha. Eu tenho meus direitos, vou atrás dum adevogado, e processo o cê. E tem mais também, quero meus salários que tão atrasados, não vou ficar trabaiando de grátis não viu. Isso é um absurdu, sou uma cidadão, tenho meus direitus, não é porque sou simpres, pobre, da periferia e crente, que você vai me humilha, tenhu mesmo direitus e queru ser respeitada, vou atrás do meu adevogado...

Todos para a empregada:
CALA A BOCA!

Amante1:
Eu não sou vagabunda.

Amante2:
Eu também não.

Amigo:
Eu não sou bêbado.

Vizinha:
Eu não sou fofoqueira.

Oficial de justiça:
Eu só estou fazendo o meu trabalho.

Coveiro:
Eu também.

Filha:
E eu não sou chata.

(todos começam a discutir)

(padre entra em cena)

Padre para todos:
Mas que gritaria é essa? Respeitem o defunto... (padre se encaminha para próximo do defunto) (à parte) Puta merda, tinha que ser esse o morto mesmo, para está essa zona aqui. (para o morto) eu duvido que o diabo vai te aceitar no inferno.

Viúva para o padre:
O que o senhor disse padre?

Padre para a viúva:
Estou rezando em latim. Pela alma que ate outrora habitou neste corpo. Com certeza já deve estar no céu com nosso senhor.

Todos:
Amém.

Padre para todos:
Bom! Vamos começar logo essa missa de corpo presente. Não tenho o dia todo.
Que Deus receba no céu esse homem, que tantas coisas boas fez em vida, tão generoso, tão bondoso, tão honesto...

Filha para a viúva:
Mamãe não é o papai que está aí. (chora)

Padre para a menina:
Calma minha filha. Só estou falando assim para ficar mais bonito. É seu pai sim.
Agora me deixe continuar...

Oficial de justiça para o padre:
Desculpa aí seu padre. Mas o negocio é o seguinte, eu também não tenho o dia todo. (para a viúva) Por isso tenho que te dizer que as dividas do falecido agora são suas.

Viúva para todos:
Pode deixar isso para as amantes, o amigo, a empregada incompetente. (para a empregada) Nem pense em abrir a boca. Pro coveiro vagabundo ou para a vizinha fofoqueira.

(todos protestam)

(o padre pede silêncio aos gritos)

(o defunto sentasse)

Defunto para todos:
CALEM A BOCA! (todos se calam assustados)
Será que nem depois de morto eu hei de ter paz. Passei toda minha vida tendo que agüentar um monte de gente me infernizando. Agora depois de morto ainda tenho que agüentar toda essa gente me infernizando da mesma forma. Querem saber de uma coisa, pode deixar que eu mesmo cavo minha cova e me enterro sozinho. (ele sai)
(todos ficam assustados, o padre se a joelha, os outros saem correndo atrás dele, falando do que lhes interessa, exemplos, as amantes disputam com quem ele vai ficar, a viúva quer lhe bater, o oficial de justiça prender a empregada quer os salários atrasados e assim por diante)
Fim.

domingo, 9 de novembro de 2008

NO MEIO. . .

No meio de um bando
De gente que caminha
Sussurrando palavras de ordem.

No meio de um pessoal que anda
Em fila, com um código de barras
No bolso sem fundo.

No meio de gente com asas
Que não servem
Para voar.

No meio do homem bicho
Que vivi enjaulado
Porque que quê.

No meio da multidão
Apressada e tumultuada
Que não para pra ver
A luz do sol raiar.

No meio de muitos
Que soam para dar o pão
De cada dia ao seu patrão.

No meio de muitos e muitos... EU SOU SÓ MAIS UM!

domingo, 2 de novembro de 2008


F1 2008.

Infelizmente neste ano não deu para o Felipe Massa, por alguns instantes os brasileiros estiveram felizes como dês de 2002 não ficávamos. Faltou muito pouco para o Felipe Massa ser campeão. Mesmo assim podemos dizer que ele é um grande campeão, fez seu trabalho como deveria. Se há algum culpado, esse culpado é a Ferrari, que cometeu graves pecados durante o ano.
O Brasil tem, sem sombra de duvidas, um novo ídolo. Felipe Massa fez sua parte, cumpriu com seu dever. No ano que vem tem mais... e tenho certeza que em 2009 o titulo não escapa!